Tão Calmo Que Dá Até Medo

Ele voltou na quinta-feira. Foi bom que ele voltou antes e de surpresa, porque eu espera que ele voltasse na sexta-feira e provavelmente eu passaria a sexta-feira com dor de estomago e super nervosa esperando ele chegar.
Entrou, e sem dizer oi já foi falando:


G - Então voce quer vender a casa.

Eu - É. Ou voce pode comprar a minha parte.

G - Voce sabe que eu não consigo um emprestimo!!!!!!!!!!!!!!!

Eu – Peça para a sua mãe emprestar o dinheiro!!!!!!!!!

G – Voce sabe que ela não me ajuda!!!!!!!!! – e começou o discurso dele. - Vou te falar uma coisa. Eu estou cansado de discutir com voce. 14 anos discutindo. Encheu (I have enough!)

Deixei ele falar por meia hora. Ele, falando de problemas que ele tem comigo hoje. Todas as queixas seriam razoaveis se nós ainda fossemos casados, mas estamos divorciados a 4 anos.
Mencionou que eu odeio ele e a namorada dele, e faço de tudo para atrapalhar a relação dos dois.
Não falei nada, não interrompi nenhuma vez.
Quando ele terminou, eu perguntei se poderia falar o que eu pensava disso tudo.
Ele – Vai! Fala!

Eu disse a ele que em primeiro lugar eu sabia que não era a hora de vender a casa, mas que não havia outra solução. Que infelizmente na época certa que nós teriamos conseguido o dobro do preço mas.... nós não vendemos ....e como era passado não valia a pena falar no assunto (ele não quis vender na época que eu queria. E hoje ele fala que cometei um grande erro não fazendo o que eu achava certo na época.)
Eu disse que não odiava ele, ao contrario apesar de tudo tenho um carinho imenso por ele. Eu disse que não odiava a M (eu acho que ela patética, mas não disse isso a ele). Eu falei que ele deveria perguntar para minha familia, amigos dele e familia dele, sobre a minha reação toda vez que alguem fala que ele é um F da P por estar namorando. Eu disse que sempre defendo ele, dizendo que ele tem todo o direito do mundo de buscar felicidade. Que quando as pessoas se referem a M como uma vagabunda que roubou meu marido, eu sempre defendo ela dizendo que não tem nada a ver, ela conheceu ele 2 anos depois de divorciarmos.
Disse que a razão porque eu pedi o divorcio era porque eu não conseguia viver com alguem com o temporamento dele. E que no momento que o juiz me deu o divorcio as minhas obrigações de esposa terminaram.
Ele, se queixa de que eu não cozinho para ele, não lavo a roupa dele.....etc
Eu disse que nós só dividiamos a casa, moramos juntos não como marido e mulher. Que eu não conheço ninguem que divide a casa com alguem, que tem que voltar correndo as 6 da tarde para fazer o jantar para a pessoa com quem ela mora!!!!!!!!!!!!!
Enfim, tentei fazer ele entender que nós não somos mais casados e que ele tem o direito de viver a vida dele assim como eu quero viver a minha vida. E a unica solução é viver em casas separadas.
Quando eu terminei ele disse : - vamos fazer o que voce quer. Voce vai tomar as decisões incluindo a preparação da casa para vender.
Foi para o quarto dele, encheu uma mala pequena com roupas, levou para a caminhonete. Depois ele entrou no banho.
E eu pensando: “de novo ele vai sumir e eu vou ter que pedir uma ordem judicial para força-lo a vender a casa.”
Entrei no banheiro e perguntei: - Voce vai sumir? Eu tenho que ligar para a corretora para assinarmos os papeis de venda da casa!!!!!!!!!!
G embaixo do chuveiro: - Eu não vou sumir. Eu vou assinar, mas primeiro voce tem que preparar a casa para venda!!!!!! Eu não vou te ajudar.
Fui para a varanda com um papel uma caneta e comecei a fazer a lista de coisas que precisam ser feitas na casa. Eu tremia e meu estomago estava virado.


Eu deveria estar pulando de alegria, abrindo champagne, mas vai ser uma longa jornada. Ele vai ter reações de odio contra mim quando se der conta de que não vai receber muito dinheiro com a venda da casa. Mas, a culpa não é minha, e eu não posso sacrificar minha vida por causa dos erros dele.
Ele saiu do banho e foi embora.
Voltou dez minutos depois. Entrou sem dizer nada mas com a mala devolta na mão.

Assim é o G. Tem a reação, explode, eu falo, ele escuta, sai, pensa, reflete, e volta com o rabo entre as pernas.