quinta-feira, 27 de novembro de 2008

FELIZ DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS


Hoje, aqui nos EUA, é como Natal. Se faz peru farofa etc para celebrar e agradecer por tudo de bom que se tem na vida.
Eu mesmo com tudo que me acontece, só posso agradecer. Tenho saúde, o dinheiro apesar da crise está dando para viver, dou risada mais do que choro (Graças a Deus não tenho tido motivo para chorar). Enfim, está tudo bem.
Vou para a casa da minha irmã almoçar, estou levando minha famosa Cassarola de batata doce, enfim muita comida boa, amigos queridos e familia reunida, paz e amor é a palavra do dia.

G vai pegar a Dondoca e vão passar o dia aqui em casa. As 6 da tarde ela vai celebrar o dia de ações de graça com a familia e amigos, o G não foi convidado.
Não entendo o que passa pela cabeça dele que ele não entende a mensagem.
Sei lá, não é probçema meu.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Era Sonho e se Acabou......

Minha felicidade acabou.
O trabalho em Miami acabou, isso quer dizer que meus dias de solteira se acabaram.
Dondoca passou o Sábado e o Domingo aqui (depois de uma briga na sexta-feira) e hoje ela voltou para a casa dos pais. Eu cheguei a ficar apavorada achando que ele ia mante-la aqui a semana toda.
Enfim. tudo em paz, ela foi embora e a vida volta ao normal.

Não posso me queixar do meu fim de semana. Trabalhei Sábado e fiquei livre no Domingo.
Fui almoçar com minha mãe e depois sai com o R. Assistimos um filme na casa dele e hoje estou de volta ao trabalho. Isso de ter dias livres separados não é bom mas parece que eu aproveito mais, mas descanço menos.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Adorando a Vida de Solteira (ainda que temporaria)

G esta ficando fora de casa durante a semana. Agora ele está trabalhando em Miami.

Não ter alguém pensando, respirando, falando perto de voce traz uma paz de espirito imensa. Tenho assistido filmes na cama com meus gatos (tem feito frio) e até pensei em abrir uma garrafa de vinho. Tenho feito limpeza de pele, passo creme no corpo todo (sem o G me perguntando na porta do meu banheiro porque eu estou "trancada" no banheiro e se está tudo bem).
As pessoas não se conformam que eu não estou numa relação firme com alguem. EU NÃO QUERO.


Não quero ter a obrigação de chegar em casa e ter que telefonar para um homem, ou no meu dia livre ter que sair com um homem. Por enquanto não sinto a falta deles.


O Bill, que eu pensei uma vez que poderia ser uma compania agradável, acabou mostrando o lado possessivo dele, o que me fez cair fora rápidinho. Não atendi os telefonemas dele e nem liguei de volta quando ele ligou e deixou recados. Graças á Deus ele entendeu a mensagem e sumiu.
O Tom (nós trabalhavamos juntos no meu último emprego) me liga de vez em quando, a gente joga conversa fora, e só. Perfeito!
O S me liga (somos amigos desde que... eu acho que tinha uns dez anos de idade), mas não é sempre que atendo, porque a primeira pergunta é:
S – “ E ai Lisinha? Quando que voce vende a casa? - e a segunda pergunta: - "E o idiota do G? “ – e ai ele vem com 200 perguntas, sempre as mesmas que ele já está cansado de saber a resposta e eu estou saturada de responder. Uma amizade de 40 anos que ficou cansada, esgotou por falta de assunto.

E de vez enquando o R liga. O R é especial. Eu gosto quando ele liga, sem paixão só carinho e conforto. A primeira vez que ele me beijou, eu deixei claro que não queria me envolver com ninguém, que era só fisico. Ele me chama de foxy girl (Jimi Hendrix som Foxy Lady). Ele me liga, a gente põe as novidades em dia, ele me pergunta se eu quero ir jantar em algum lugar especial (cama), o que eu quero comer, as vezes só um cheeseburguer e milk shake, e um filme na casa dele é o paraiso (cama). As vezes eu ligo (não muito), quando alguma coisa muito especial acontece eu telefono, e até agora não fui rejeitada nos telefonemas. Mas, eu sei que eu não sou a única, mas sei que sou especial. Não espero nada dele e sei que um dia vou ligar e ele vai me contar que conheceu alguém especial, e eu vou (lógico que vou) ficar chateada.

Minha familia não sabe dele ( não quero um interrogatório diário). Alguns amigos sabem e sabem que não tem nada entre a gente. O G: nem sonha que ele existe. A última vez que ele "percebeu" que eu estava namorando, o lado ciumento e possessivo dele veio a tona, transformando minha vida num pesadelo diário, com discussões sem fundamento e telefonemas para o meu celular a cada meia hora, só parando com as ligações quando eu questionei o fato dele me ligar quando ele estava em compania da Dondoca.


E tem o meu vizinho. Mais conhecido como o “meu futuro marido”.

Tudo começou durante o meu divórcio, quando eu estava sózinha na casa e ele disse para mim um dia (no jardim) que se eu quisesse ele cortaria a grama do meu jardim. Eu agradeci e disse que não precisava que eu mesma cortaria. Na segunda conversa que tivemos, ele me disse que o G deveria levantar as mãos para o céu, porque eu era uma Santa que não estava infernizando a vida dele durante o divórcio. Ele me disse que a ex mulher dele, aprontou de tudo para ele (riscou o carro dele, furou pneu, etc etc ).


“Meu futuro marido” não é bonito, é um cara super calmo, trabalhador e tem uma qualidade que o G nunca teve e nunca terá, ele se preocupa com o futuro.

Ele trabalhou por uns 5 anos em dois empregos, um de 7 as 4 da tarde e o segundo de 6 da tarde as 11 da noite, as vezes até mais tarde, entregando pizza para Papa John´s Pizza. Eu achava que ele como bom americano saia todas as noites “pro bar”, mas um dia em que eu estava estacionando na casa da minha irmã e ele passou de carro e buzinou para mim. No dia seguinte ele me contou que estava entregando pizza naquela area onde minha irmã mora, que tinha esse segundo emprego assim ele com o dinheiro conseguiria pagar a casa que ele comprou em alguns anos. E ele já terminou de pagar a casa.

Enquanto eu estava sózinha na casa, a gente se falava só quando estavamos no jardim. A única vez que ele bateu na minha porta (as casas não tem campainha nos USA) foi com uma pizza na mão dizendo que ele tinha trazido para comer mas acabou não comendo e perguntou se eu queria (G as vezes me chamava de pizza girl, porque eu adoro pizza e Papa John’s é uma das melhores). Aceitei, e ele que estava de saída para o trabalho foi embora sem maiores problemas (esse é o meu tipo de homem: sútil, vai conquistando aos poucos)
Depois disso nos falamos algumas vezes, mas como ele trabalhava muito e os nossos horários não combinavam a coisa ficou meio no ar. Depois, o G voltou e eu sai da casa, fui para a casa da minha irmã e a coisa esfriou de vez.
Quando voltei, ele provavelmente pensou que eu era louca de voltar a morar com o G, então ele saiu da cena.
Tudo isso que eu contei aconteceu em 2004. Uns dois anos atrás, eu fui falar alguma coisa para ele (não lembro o que) e ele perguntou de novo se eu queria uma pizza, eu lógico peguei a pizza. Naquela época, o G que ainda estava completamente paranóico, se recusou a comer a pizza porque ele disse que estava envenenada. Não, não estava! Estava ótima e eu comi toda.
Depois disso nada mais aconteceu. As vezes eu via ele chegar ou sair (quando estou fumando na varanda), mas não nos falamos mais.
Mas..., eu notei que as vezes uma garota vem ve-lo. Um pouco desapontada e ao mesmo tempo feliz por ele não estar tão sózinho, eu tentei analizar as palavras e gestos dos dois para saber quem diabos era aquela garota que vinha na casa do meu “possivel futuro marido”. Eu sabia que ele tem uma irmã porque o John meu vizinho da frente, que é o fofoqueiro me disse. Bom para encurtar a história, essa semana finalmente eu fiquei sabendo de toda a verdade sobre ele contada por ele mesmo.

Eu estava saindo de casa para buscar minha mãe, quando ele passou com um cachorrinho. Eu disse: Oi! Esse cachorrinho bonitinho é seu?
Ele, me olhando feio como um bom Americano achando que eu ia implicar com o cachorro disse: É, porque?
Eu – Eu vi voce outro dia mas pensei que voce estava tomando conta dele para alguém. Ai, que bonitinho, vem aqui!
Quando eu comecei a acariciar o cachorro ele mudou de expressão e de tom de voz. Daí para frente foi fácil.

- A misteriosa mulher é a irmã dele!!!!!!!
- Ele adoptou um cachorrinho (gente que gosta de bicho tem bom coração)
- Ele perdeu o emprego ( 7 as 4), por causa da economia, mas já arranjou outro
- Está pensando em mudar para o Texas, porque tem mais oportunidade de trabalho (dancei, não quero mudar para o Texas)
- A casa esta paga e para mudar para o Texas ele tem que vender. Eu falei para ele que não era época de vender (ponto para mim, ele concordou)

Enfim ficamos conversando no meio da rua por quase uma hora. E nos despedimos com um “legal falar com voce, a gente se ve. É, mas vai ser dificil porque a gente está sempre trabalhando” .

Mas, antes da despedida consegui encaixar na conversa a explicação para o fato de eu estar morando com o G mesmo depois do divórcio. Talvez ele não pense mais que eu sou louca. Mas, não mencionei a Dondoca, que ele com certeza ve rebolando o bumbum imenso dela pelo jardim. Segundo a minha mãe, eu não tenho que me preocupar com os vizinhos, porque provavelmente eles estão pensando que é a nossa filha com a nossa neta.

P.S.: Por falar em bumbum imenso.....

Ontem o G chegou de Miami, foi buscar a Dondoca e voltou feliz da vida com uma balança. Entrou em casa todo excitado, me chamando e dizendo que tinha comprado a balança numa liquidação. Quero que voce exprimente a balança.

Eu posso ter alguns complexos, mas um complexo que eu não tenho é com relação ao meu peso.

Abri a caixa e pulei na balança. 121 libras = 54 kilos para meus 1,58 de altura não esta mal.

Maldosamente eu disse: - Ai eu engordei, comi bolo de cenoura a semana toda (o que é verdade)

O G subiu na balança e eu pus meu pé o que deu 220 libras, ele nao percebeu e ficou histérico até que ele notou a minha gracinha. Ele esta pesando 180 libras. A Dondoca ficou muda, porque ela deve estar pesando umas 150 libras ou mais e ela é mais baixa que eu. Ela começou a trocar a fralda da J e não se falou na possibilidade dela se pesar.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Usando e Abusando Dele

Depois da conversa com o G, no domingo, sobre os meus problemas, veio a nossa conversa sobre os problemas dele.

A Dondoca passou o final de semana aqui em casa. A prisão domiciliar dela ainda não foi efetivada, então eles estão aproveitando esses últimos dias de liberdade juntos, não vou ser eu a chata que vai atrapalhar os dois pombinhos.

Estava um clima super relaxado. Ela até pediu para eu segurar a nenê (J) enquanto ela esfregava as fraldas (é, ela se recusa a usar fraldas descartáveis na J). Eu, lógico, que curti e quem não curti um bebê. No domingo ela pediu para o G ir com ela na Igreja. Eles foram, eu fui trabalhar e tudo parecia perfeito, todos felizes cada um na sua.
Na Igreja a J começou a chorar sem parar, aliás aqui em casa, ela estava chorando muito, e eu mencionei só para o G que não era certo ficar com ela no colo o tempo todo (até perguntei para a Dondoca se a J dormia no berço e a Dondoca com um sorriso timido disse que não). O G aqui em casa, deu uns gritos com a Dondoca dizendo que ela tinha que deixar a J deitada sózinha, mas a Dondoca ficou toda histérica como se ele estivesse dizendo para ela abandonar o nenê.
Bom, na igreja a coisa ficou fora de controle, não havia nada que fizesse a J parar de chorar. O G foi com a J para fora e a Dondoca seguiu ele. Alguém veio lá fora, e disse que eles não tinham que sair só por causa da nenê, a Dondoca queria voltar mas o G falou não, porque ele tem conciência de que na verdade um choro descontrolado de um bebê incomoda a paz de um culto.

Segundo o G a Dondoca ficou P da vida com ele, e começou a gritar dizendo que ele não era o pai da criança, que ele não tinha que dizer a ela o que fazer, e que o nenê é só dela!!! E pior do que isso, ela tinha acendido um cigarro e acabou queimando o G no braço com o cigarro, de proposito. Ele virou as costas e foi embora.
Quando ele me contou a história, eu fiquei furiosa. Tudo estava perfeito, ele se vira em dois para agrada-la e ela fica brincando com ele?
Abri minha boca, e falei de novo tudo o que pensava dela, não penso que é justo com ele usar a criança e os sentimentos dele dessa maneira.

Eu – “Toda vez que voces tiverem uma discussão ela vai jogar isso na sua cara”

G – “É! Eu sei.”

Eu – “ O que vai acontecer em alguns anos? Voce vai estar muito apegado a J e a Dondoca vai tomar decisões com a cabeça de minhoca dela e voce vai ficar calado? Ela vai fazer ameaças usando a criança. Voce tem que pensar em tudo isso.”

Ele me disse, que sentia que os pais dela estavam fazendo a cabeça da Dondoca para ficar contra ele. O G é assim, sempre tem uma força maior por traz das pessoas mudando a personalidade e influenciando, não é nunca culpa dele ou da pessoa.
Apaguei a luz, ele apagou a luz do quarto dele, ficamos quietos por alguns minutos.

Eu – “ Pense bem G, isso não é uma coisa temporária, é para o resto da sua vida. Voce me conhece, eu tenho os pés no chão, eu sou as vezes muito realista, voce tem que analizar essa situação com frieza. Boa noite, durma bem."

99,99999999.....% das vezes que eu dei minha opinião contraria a respeito das decisões que ele estava tomando, eu estava certa. Ele saiu machucado da situação? SIM.
Eu nunca falo nada como: Eu ti falei, voce não me escutou.
Ele 99,9999999.....% vem e me fala: “Puxa voce me falou e eu não te escutei.”

Ele foi trabalhar em Miami e ficou lá a semana toda. Me ligou 2 ou 3 vezes por dia. Na quinta-feira perguntei o que ele ia fazer no fim de semana, e ele me disse que ia pegar a Dondoca e passar o final de semana com ela.

Eu – “ Ah! Então ela te ligou?

G – "É ligou (ele meio sem jeito)."

Eu – "E está tudo bem?"

G – "É, está tudo bem."

Eu – "ELA TE PEDIU DESCULPAS."

G – "Hum..... não."

Eu – "Uau!........ Ela ........não ........ pediu ......... desculpas. Bom, voce sabe o que faz. Te vejo amanhã depois do trabalho. Tchau."

A Primeira Impressão Não é a Que Fica




No domingo cheguei em casa do trabalho e eram quase 11 horas da noite.
Eu havia deixado um bilhete para o G na mesa da cozinha, dizendo que eu tinha uma pergunta para ele sobre o seguro desemprego. No bilhete pedi para ele deixar um recado no meu celular dizendo se ele ia tirar uma soneca a tarde ( depois de ir a igreja com a Dondoca) ou se ele ia estar acordado para que eu pudesse ligar para ele na hora do meu lunche.
Ele não me ligou o que não comum da parte dele, e eu já comecei a ficar preocupada. Quando cheguei em casa ele já estava dormindo.

Tomei banho, comi um sanduiche, assisti um pouco de tv e fui deitar.. Deitada, quando fui apagar a luz escutei o G se mexendo na cama.
O G falando do quarto dele: - E ai, está tudo bem no teu trabalho?

Eu – Foi tudo bem. Estava tranquilo.

G – Voce não teve problemas?

Eu – Não. Estava até divertido. ....... Bom, na verdade eu tive um problema com uma garota. Ela foi indelicada comigo na frente do cliente, e indelicada com o cliente.

G – O que aconteceu?

Depois que eu contei o que aconteceu, eu fiz esse comentário.

Eu – Sabe que a impressão que eu tive, é de que ela estava esperando que eu falasse alguma coisa para ela, só para ela me dar uma “patada”. Desde a semana passada eu reparei que ela é a única que não fala uma única palavra comigo.

G – Honey, eu vou te falar uma coisa, a sua aparencia é o oposto do que voce é. Por isso que as vezes as pessoas que não te conhecem se sentem intimidadas perto de voce.

Eu sei exatamente o que ele estava dizendo, eu cheguei a mencionar para ele, anos atrás, um trauma que eu tenho da minha adolecencia.
Meu pai sempre tentou nos dar conforto financeiro e paz de espirito. Nós estudamos nas melhores escolas de São Paulo (Dante Alighieri, Iade, PUC e Mackemzie) e frequentavamos o Ilha Porchat Club que era considerado um club de elite da Baixada Santista (isso na decada de 60 e 70, em meados da decada de 70 o club entrou em decadencia e meu pai vendeu o titulo).
Moramos na Aclimação, depois mudamos para São Vicente (um apartamento de 4 dormitorios e 5 banheiros!!! com uma vista linda para o mar), em meados da decada de 70 voltamos para São Paulo e fomos morar na Vila Nova Conceição.
No Ilha Porchat Club havia um bar num dos salões, que era gerenciado por uma familia composta do marido, a esposa e dois rapazes. Eu achava super legal aquela familia trabalhando junta, uma coisa que eu gostaria de ter. Hoje pensando sobre eles, eles trabalhavam 6 dias na semana e nem sei por quantas horas por dia. Um dia sem motivo nenhum da minha parte para ofende-lo, um dos rapazes virou para mim e disse:
Se voce pensa que voce é melhor do que nós, voce não é. Voce com toda essa arrogancia...........” e continuou falando o que ele pensava de mim, mas eu travei e não escutei mais nada, nunca entendi o porque daquele odio dele por mim. Aquele acesso de raiva contra mim. Eu tinha 12 ou 13 anos de idade, sempre tratei ele super bem, nunca falei nada que pudesse ter ofendido ele.
Nunca esqueci esse rapaz e o odio dele por mim.
Anos e anos depois eu entendi que eu representava tudo o que ele não tinha. Os 3 meses de férias na praia, o bronzeado de sol, o dinheiro da mesada que meu pai me dava para gastar no bar do club e na praia (que não era muito), eu me divertindo e ele trabalhando.

Quando eu decide mudar para os EUA, na entrevista no consulado americano no Rio de Janeiro, eles me falaram que eu dificilmente conseguiria um trabalho na minha area (Arquitetura), que eu provavelmente ia acabar lavando louça num restaurante ou limpando quartos num hotel. O entrevistador me perguntou: - “Voce sabia disso? Voce vai aguentar esse tipo de trabalho?” E eu respondi com raiva: - Logico que eu sei disso! Voce não me conhece eu não vou ter problema nenhum, é um trabalho como outro qualquer.”
Mudei para cá e o meu primeiro emprego foi de maid num hotel de luxo em Palm Beach (limpando quartos dos hospedes). No meu primeiro mês trabalhando eu achei divertido, mas ficava com aflição de limpar a sujeira dos outros. Mas, quando recebi meu primeiro pagamento por uma semana de trabalho que era o equivalente a um mês de trabalho no Brasil........ todas as minhas preocupações desapareceram. Acabei sendo diretora do departamento e odiei. Detesto ter poder e ter que lutar para manter o poder. Sempre ficava do lado dos meus funcionários, na hora que as pessoas começavam a puxar tapete e enfiar facas nas costas dos outros.
Hoje trabalho em atendimento ao cliente num supermercado de produtos naturais e organicos onde gente com muito dinheiro e habitos saudaveis para comer fazem compras. Adoro o meu trabalho. Ganho metade do salario por ano que eu ganhava, mas tenho paz de espirito e me divirto fazendo o meu trabalho.
O vice-presidente de uma companhia que eu trabalhei por 10 anos aqui, me disse uma vez, que a coisa mais importante na vida é gostar do que voce faz, se divertir fazendo o seu trabalho, e me disse que quando o trabalho vira uma preocupação e voce não se diverti mais, voce tem que cair fora, mudar de profissão, mesmo que voce tenha que recomeçar, é melhor do que se desgastar por causa do trabalho.

Enfim o que o G me disse eu já sabia e é dificil lidar com a primeira impressão que as pessoas tem de voce, porque no meu caso a primeira impressão não é a que fica.
Mas é por isso que a Dondoca se senti intimidada na minha presença, nesse caso eu mantenho a minha postura de superioridade. E de certa forma (eu não sou perfeita) eu gosto de ver que ela tem medo de mim.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dia Histórico



Obama ganhou!!!!




Eu prefiro a Hillary, mas infelizmente ela não teve a força para ganhar a candidatura.

Esse é um momento histórico, e de muita esperança para todos nós.
Meu medo é que um doido decide mata-lo, e aqui tem muitos.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Detalhes Sórdidos

O final de semana foi movimentado, com Dondoca, G e a nene aqui em casa.
O acordo foi de que eles poderiam passar o final de semana aqui, mas na hora de dormir eles dormiriam no trailer do G.
É engraçado como voce começa a prestar a atenção nos hábitos das pessoas, quando voce convive uns dias com elas. Principalmente nos maus hábitos: lavar as mãos depois de ir no banheiro.......... coisas desse tipo.
Eu sei que a maioria das pessoas vão pensar que eu estou inventando isso, mas é a pura verdade.
A Dondoca escreveu isso uma vez no blog dela:

“ Let me say this: I talk a lot of shit about G…… on here, and it's all true. But I never talk about the good things. He is always, always, ALWAYS there when I need him. He drives me all over the f……. city even though gas is like fifty million dollars a gallon. He lets me sleep in his camper when I'm homeless. He makes sure I eat, shower, have cigarettes, etc.”

Para quem não entende Ingles, ela esta falando que ela fala mal do G no blog dela, mas que ela vai falar do lado bom dele. Uma coisa que me fez ficar de queixo caido, é que ela fala que: ele sempre lembra ela, de que ela tem que tomar banho!!!!!!!
Naquela época, eu pensei que o fato de que ela usava drogas (heroina) era a causa do “lapso de memória” dela.
Nesse final de semana eu descobri que ela é uma porquinha.





Ela veio para cá com ele na Quinta Feira, e só foi tomar um banho no sábado a noite!!! E tomou um banho, só porque eu perguntei para o G se era impressão minha ou era verdade que ela não tinha tomado banho (só tinha a toalha dele no banheiro. Não tinha garrafa de shampoo ou escova de dentes dela..., pelo amor de Deus, eu quando vou passar uns dias na casa de alguém, levo mil coisas para minha higiene pessoal e deixo no banheiro até a hora de ir embora).

Eu sou fanática por banho. Banho me acalma quando eu estou nervosa. É o melhor remédio para mim quando eu tenho dor de cabeça. Banho lava a minha alma!
No sábado a noite, ela entrou em casa com o nene no colo para dar de mamar, e o G gritou da cozinha:

G - M voce lava as mãos antes de tocar no nene, não?
M - Eu lavo. Porque?
G – Não, eu .... Só estou perguntando.

G – Voce vai tomar banho antes de dar de mamar, não?
M – Não.
G – Vai tomar banho agora.

Ela foi mas disse que não ia lavar a cabeça.

Deu banho no nene na pia da cozinha as 11 da noite.

Eu fui dormir. No domingo fui trabalhar e depois do trabalho fui ver minha mãe, depois fui para casa da A para passar a noite.
G me ligou umas 9 da noite para saber se estava tudo bem, pude ouvir o nene chorando (ela chorou o tempo todo em que ficou lá em casa).
Tomei um banho, e fui dormir.


Hoje é dia de eleição presidencial aqui.


Obama tem que ganhar.

G foi para Miami, vai passar a semana lá trabalhando.
Dondoca voltou para a casa dos pais e eu estou de folga.

Eu nunca toco o nene. Nesse final de semana, todas as vezes em que a Dondoca saiu para fumar no jardim, o G corria para perto de mim com o nene e ficava me mostrando para o nene. Tipo:
- Olha quem está aqui. Honey segura ela. Honey mostra ela para os gatos.

Eu segurei ela um pouquinho uma vez. E ele me olhando...., ele estava encantado com a cena. Na segunda vez eu disse não, disse que não queria que a Dondoca me visse segurando o nene (e o G ao meu lado me olhando com cara de bobo sem entender porque). Eu disse a ele, que não queria causar nem um tipo de sentimento de ciúmes nela, não tinha o porque de fazer isso.
Ele não entende que é uma situação dificil para a Dondoca. Eu e o G, de repente começamos a falar de pessoas que ela não conhece, de ocasiões, de lugares, principalmente quando falamos da familia dele. Os irmãos e a irmã dele que eu continuo com amizade, ligam para ele e pedem para ele dar o telefone para mim para um bate papo rapido. E o pior de tudo, é ele me chamando de "honey" o tempo todo.
Enfim se eu estivesse no lugar dela, eu daria um basta nessa situação, eu faria o G tomar uma decisão. Mas ela não é adulta o suficiente para ter essa força de exigir uma definição da situação.
Ela aguenta, fica quieta quando nós conversamos, e se interrompe a conversa interrompe de uma maneira infantil, chamando a atenção para algo futil que na maioria das vezes nós ignoramos.
Eu sinto pena dela.