quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Adorando a Vida de Solteira (ainda que temporaria)

G esta ficando fora de casa durante a semana. Agora ele está trabalhando em Miami.

Não ter alguém pensando, respirando, falando perto de voce traz uma paz de espirito imensa. Tenho assistido filmes na cama com meus gatos (tem feito frio) e até pensei em abrir uma garrafa de vinho. Tenho feito limpeza de pele, passo creme no corpo todo (sem o G me perguntando na porta do meu banheiro porque eu estou "trancada" no banheiro e se está tudo bem).
As pessoas não se conformam que eu não estou numa relação firme com alguem. EU NÃO QUERO.


Não quero ter a obrigação de chegar em casa e ter que telefonar para um homem, ou no meu dia livre ter que sair com um homem. Por enquanto não sinto a falta deles.


O Bill, que eu pensei uma vez que poderia ser uma compania agradável, acabou mostrando o lado possessivo dele, o que me fez cair fora rápidinho. Não atendi os telefonemas dele e nem liguei de volta quando ele ligou e deixou recados. Graças á Deus ele entendeu a mensagem e sumiu.
O Tom (nós trabalhavamos juntos no meu último emprego) me liga de vez em quando, a gente joga conversa fora, e só. Perfeito!
O S me liga (somos amigos desde que... eu acho que tinha uns dez anos de idade), mas não é sempre que atendo, porque a primeira pergunta é:
S – “ E ai Lisinha? Quando que voce vende a casa? - e a segunda pergunta: - "E o idiota do G? “ – e ai ele vem com 200 perguntas, sempre as mesmas que ele já está cansado de saber a resposta e eu estou saturada de responder. Uma amizade de 40 anos que ficou cansada, esgotou por falta de assunto.

E de vez enquando o R liga. O R é especial. Eu gosto quando ele liga, sem paixão só carinho e conforto. A primeira vez que ele me beijou, eu deixei claro que não queria me envolver com ninguém, que era só fisico. Ele me chama de foxy girl (Jimi Hendrix som Foxy Lady). Ele me liga, a gente põe as novidades em dia, ele me pergunta se eu quero ir jantar em algum lugar especial (cama), o que eu quero comer, as vezes só um cheeseburguer e milk shake, e um filme na casa dele é o paraiso (cama). As vezes eu ligo (não muito), quando alguma coisa muito especial acontece eu telefono, e até agora não fui rejeitada nos telefonemas. Mas, eu sei que eu não sou a única, mas sei que sou especial. Não espero nada dele e sei que um dia vou ligar e ele vai me contar que conheceu alguém especial, e eu vou (lógico que vou) ficar chateada.

Minha familia não sabe dele ( não quero um interrogatório diário). Alguns amigos sabem e sabem que não tem nada entre a gente. O G: nem sonha que ele existe. A última vez que ele "percebeu" que eu estava namorando, o lado ciumento e possessivo dele veio a tona, transformando minha vida num pesadelo diário, com discussões sem fundamento e telefonemas para o meu celular a cada meia hora, só parando com as ligações quando eu questionei o fato dele me ligar quando ele estava em compania da Dondoca.


E tem o meu vizinho. Mais conhecido como o “meu futuro marido”.

Tudo começou durante o meu divórcio, quando eu estava sózinha na casa e ele disse para mim um dia (no jardim) que se eu quisesse ele cortaria a grama do meu jardim. Eu agradeci e disse que não precisava que eu mesma cortaria. Na segunda conversa que tivemos, ele me disse que o G deveria levantar as mãos para o céu, porque eu era uma Santa que não estava infernizando a vida dele durante o divórcio. Ele me disse que a ex mulher dele, aprontou de tudo para ele (riscou o carro dele, furou pneu, etc etc ).


“Meu futuro marido” não é bonito, é um cara super calmo, trabalhador e tem uma qualidade que o G nunca teve e nunca terá, ele se preocupa com o futuro.

Ele trabalhou por uns 5 anos em dois empregos, um de 7 as 4 da tarde e o segundo de 6 da tarde as 11 da noite, as vezes até mais tarde, entregando pizza para Papa John´s Pizza. Eu achava que ele como bom americano saia todas as noites “pro bar”, mas um dia em que eu estava estacionando na casa da minha irmã e ele passou de carro e buzinou para mim. No dia seguinte ele me contou que estava entregando pizza naquela area onde minha irmã mora, que tinha esse segundo emprego assim ele com o dinheiro conseguiria pagar a casa que ele comprou em alguns anos. E ele já terminou de pagar a casa.

Enquanto eu estava sózinha na casa, a gente se falava só quando estavamos no jardim. A única vez que ele bateu na minha porta (as casas não tem campainha nos USA) foi com uma pizza na mão dizendo que ele tinha trazido para comer mas acabou não comendo e perguntou se eu queria (G as vezes me chamava de pizza girl, porque eu adoro pizza e Papa John’s é uma das melhores). Aceitei, e ele que estava de saída para o trabalho foi embora sem maiores problemas (esse é o meu tipo de homem: sútil, vai conquistando aos poucos)
Depois disso nos falamos algumas vezes, mas como ele trabalhava muito e os nossos horários não combinavam a coisa ficou meio no ar. Depois, o G voltou e eu sai da casa, fui para a casa da minha irmã e a coisa esfriou de vez.
Quando voltei, ele provavelmente pensou que eu era louca de voltar a morar com o G, então ele saiu da cena.
Tudo isso que eu contei aconteceu em 2004. Uns dois anos atrás, eu fui falar alguma coisa para ele (não lembro o que) e ele perguntou de novo se eu queria uma pizza, eu lógico peguei a pizza. Naquela época, o G que ainda estava completamente paranóico, se recusou a comer a pizza porque ele disse que estava envenenada. Não, não estava! Estava ótima e eu comi toda.
Depois disso nada mais aconteceu. As vezes eu via ele chegar ou sair (quando estou fumando na varanda), mas não nos falamos mais.
Mas..., eu notei que as vezes uma garota vem ve-lo. Um pouco desapontada e ao mesmo tempo feliz por ele não estar tão sózinho, eu tentei analizar as palavras e gestos dos dois para saber quem diabos era aquela garota que vinha na casa do meu “possivel futuro marido”. Eu sabia que ele tem uma irmã porque o John meu vizinho da frente, que é o fofoqueiro me disse. Bom para encurtar a história, essa semana finalmente eu fiquei sabendo de toda a verdade sobre ele contada por ele mesmo.

Eu estava saindo de casa para buscar minha mãe, quando ele passou com um cachorrinho. Eu disse: Oi! Esse cachorrinho bonitinho é seu?
Ele, me olhando feio como um bom Americano achando que eu ia implicar com o cachorro disse: É, porque?
Eu – Eu vi voce outro dia mas pensei que voce estava tomando conta dele para alguém. Ai, que bonitinho, vem aqui!
Quando eu comecei a acariciar o cachorro ele mudou de expressão e de tom de voz. Daí para frente foi fácil.

- A misteriosa mulher é a irmã dele!!!!!!!
- Ele adoptou um cachorrinho (gente que gosta de bicho tem bom coração)
- Ele perdeu o emprego ( 7 as 4), por causa da economia, mas já arranjou outro
- Está pensando em mudar para o Texas, porque tem mais oportunidade de trabalho (dancei, não quero mudar para o Texas)
- A casa esta paga e para mudar para o Texas ele tem que vender. Eu falei para ele que não era época de vender (ponto para mim, ele concordou)

Enfim ficamos conversando no meio da rua por quase uma hora. E nos despedimos com um “legal falar com voce, a gente se ve. É, mas vai ser dificil porque a gente está sempre trabalhando” .

Mas, antes da despedida consegui encaixar na conversa a explicação para o fato de eu estar morando com o G mesmo depois do divórcio. Talvez ele não pense mais que eu sou louca. Mas, não mencionei a Dondoca, que ele com certeza ve rebolando o bumbum imenso dela pelo jardim. Segundo a minha mãe, eu não tenho que me preocupar com os vizinhos, porque provavelmente eles estão pensando que é a nossa filha com a nossa neta.

P.S.: Por falar em bumbum imenso.....

Ontem o G chegou de Miami, foi buscar a Dondoca e voltou feliz da vida com uma balança. Entrou em casa todo excitado, me chamando e dizendo que tinha comprado a balança numa liquidação. Quero que voce exprimente a balança.

Eu posso ter alguns complexos, mas um complexo que eu não tenho é com relação ao meu peso.

Abri a caixa e pulei na balança. 121 libras = 54 kilos para meus 1,58 de altura não esta mal.

Maldosamente eu disse: - Ai eu engordei, comi bolo de cenoura a semana toda (o que é verdade)

O G subiu na balança e eu pus meu pé o que deu 220 libras, ele nao percebeu e ficou histérico até que ele notou a minha gracinha. Ele esta pesando 180 libras. A Dondoca ficou muda, porque ela deve estar pesando umas 150 libras ou mais e ela é mais baixa que eu. Ela começou a trocar a fralda da J e não se falou na possibilidade dela se pesar.

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